quarta-feira, 29 de junho de 2011

Expressão verbal das emoções

   Diferentemente dos animais, nós dispomos de uma forma de expressar o que vai na nossa alma: as palavras. É óbvio que, sendo a emoção um fenômeno com importante componente corporal, as palavras por si só não bastam para comunicá-las. Mas certamente são auxiliares valiosos. Mas, infelizmente, somos condicionados, desde cedo, a não falar sobre o que sentimos, principalmente se esse sentimento for percebido como algo que nos inferioriza.
Tudo pode estar minado por dentro, mas deve-se fazer todo o esforço do mundo para se exibir uma fachada de normalidade. Confessar medos e fraquezas é visto como perigoso para o prestígio pessoas e pode parecer um sinal de insegurança.
Paradoxalmente, são justamente as pessoas mais seguras e confiantes que têm menor receio de confessar seus temores e falhas… Uma das mais antigas descobertas da humanidade indica que o ato de confessar o que sentimos é bom para o corpo e para a alma. A tristeza compartilhada, a dor revelada, diminui as tensões geradas pela angústia e pelas perdas… Mas, a importância e o benefício de falar sobre os sentimentos não se restringe apenas à dor. É necessário também externar e compartilhar as coisas boas…
Enfim, a questão é que a repressão das emoções – e de sua expressão verbal – não pode ser seletiva; deve-se “pôr para fora” todos os sentimentos; falar o que realmente sentem, reagir, sentir e externar afeto ou mágoa… Se a emoção não se libera, agarra-se aos órgãos perturbando seu funcionamento. O desgosto que se pode exprimir por gemidos e lágrimas é rapidamente esquecido; já o sofrimento mudo remói incessantemente o coração e termina por abatê-lo.
( Dr. Marco Aurélio Dias da Silva, do livro “Quem ama não adoece”)

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